Matéria sobre Psicossomática – Expresso Popular 05/10/09
Reprodução do texto com nossa contribuição para facilitar a leitura :
Psicólogos orientam para a mudança
A psicóloga cognitivo- comportamental Patrícia Mantovani Neves explica que a pessoa deve fazer uma reflexão profunda e de autoconhecimento.
“É necessário começar a mudar a forma de pensar sobre as coisas: os pensa- mentos negativos e recor- rentes deverão ser substituídos por pensamentos positivos e saudáveis”.
Já o psicólogo cognitivo- comportamental Flávio Mesquita complementa que, muitas vezes, devem ser feitas mudanças com relação a hábitos alimentares, práticas de esportes, ingestão de bebidas, dro- gas ou tabagismo, relacionamento, capacidade de perdoar a si próprio e aos demais, entre outros.
“Às vezes, a dor de cabeça ou de estômago pode ser sinal de descontentamen- to por ter de enfrentar de- terminadas situações”.
Mas nem sempre é possível curar-se somente com pensamentos positivos. Em alguns casos, o acompanhamento médico é fundamental. A gravidade da doença é que dará o tom de como o tratamento deve ser conduzido.
“Sintomas investigados sem sucesso pelo viés fisiológico (do corpo) podem ser eficazmente tratados psicologicamente, mas a pessoa deve estar engaja- da em seu processo de cura e lançar mão de todos os recursos de que dispuser”, orienta Patrícia, lembran- do que o paciente deve procurar os métodos tradicionais de cura.
No Hospital do Câncer de São Paulo todo paciente passa por avaliação e acompanhamento psicoló- gico, obrigatoriamente. Até os familiares são in- cluídos nessa terapia.
E no caso de pessoas hipocondríacas (que sempre acham que estão com alguma doença e até duvidam dos médicos) ? Mesmo acreditando que cada caso é um caso, Flávio acredita que o hipocondríaco tem mais dificuldade em refle- tir e mudar pensamentos e comportamentos sem ajuda profissional.
“Às vezes, a pessoa nem se reconhece como hipocondríaca. Outro fator importante é firmar metas de enfrentamento, o que dificilmente acontece sem tratamento adequado”.
Que assunto interessante vocês levantaram, assim o penso por ser convicto e me atrever a responder à pergunta inicial do jornal: A MENTE PODE CAUSAR DOENÇAS? Sim, convicto de que os seres viventes não são somente um corpo e que sua mente é a força mais poderosa de sua complexa estrutura psicossomática. Pessoalmente, creio que sim a mente é a origem, fonte e dona da energia criadora de todo o processo vivente. Assim acredito que na maioria dos casos a doença é resultado de da força do pensamento.
Atenho-me à palavra Mente, para não entrar em tergiversações que seriam interpretadas como de cunho religioso, senão diria que quem pensa é o espírito, dono e responsável por todo o processo do viver.
Com certeza Mauro. Pessoalmente eu vejo a psicossomática como sendo o braço da medicina, que sem perder o cunho da cientificidade demandada sobretudo por nossa cultura ocidental, consegue “flertar” mais de perto com questões menos tangíveis do que aquelas com as quais a prática médica está mais acostumada a lidar.
É bem verdade que ainda se ouvem (e não é tão raro, infelizmente) verdadeiras “pérolas” de ditos profissionais da saúde que se permitem expressar sua percepção tosca e ultrapassada na forma de comentários do tipo “Você não precisa de terapia … tome o remédio direitinho e espere passar …” dito por um psiquiatra a uma portadora de Sindrome do Pânico (!) ou “Bem … se você acredita nesse tipo de coisa (terapia) … mal não irá fazer …” dito por um neurologista a outra paciente com quadro de ansiedade generalizada.
Mas o fato é que os procedimentos médicos cada vez mais aceitam, de forma inquestionável, a necessidade de haver amparo psicológico a pacientes portadores de toda uma gama de patologias.
O câncer é um dos exemplos mais evidentes, pois uma vez entendido como multideterminado, o tratamento apenas sintomático (seja ele quimioterápico, radioterápico ou via cirurgia) seria uma forma de intervir naquilo que já está manifesto no organismo do sujeito, mas faz-se necessário investigar e intervir nos fatores que propiciaram o surgimento mesmo do carcinoma, sob pena da recorrência da doença o que, infelizmente, é muito comum.
Em resumo, creio que toda forma de tentar entender e intervir na existencia é apenas uma tentativa e, por si só, falha… mas não há como dar conta do todo. Compete a cada especialidade fazer o que melhor ela possa como uma forma de contribuição para uma rede de intervenções.
Você falou em religiosidade. E trouxe a tona outro assunto de vital importância. O homem em sua complexidade não pode virar as costas para sua concepção espiritual e de trasncendência. Existem inúmeras pesquisas, com legitimidade cientifica, que apontam que a existência de uma crença no paciente, seja ela qual for, pode ser muito positiva na recuperação de doenças.
A psicologia é eclética por natureza. Acata a multiplicidade do homem de forma incondicional e por isso evita entrar na seara da religiosidade de forma a não incorrer em desrespeito a uma ou outra crença, mas o que posso afirmar é que creio profundamente no poder da espiritualidade do sujeito e procuro sempre entender religião na sua concepção de re-ligar-se ao trasncendente, àquilo que foge às lentes míopes da ciencia enquanto a conhecemos.
Um abraço
Quanto orgulho heim!!!! Parabéns meus queridos amigos!!!!
Obrigada Ana.
Um grande abraço
Gostei bastante do artigo. Continuem assim . Parabéns!!
Olá Maria Helena,
Foi uma singela contribuição sobre esse assunto tão importante e por vêzes tão negligenciado: a psicossomática.
Um abraço e obrigado pelo apoio!